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Bibliotecas Cool

Observar - Ler - Sentir - Ouvir - Refletir

Bibliotecas Cool

Observar - Ler - Sentir - Ouvir - Refletir

27.Mar.20

Insólitos em Casa | Iniciativa | Fio de escrita e corrente de fotografia

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O confinamento a que estamos sujeitos, por estes dias, leva-nos certamente a vivenciar momentos fora do comum, dignos de registo.  

Para o efeito, e para nos divertirmos de forma saudável e criativa, lançamos duas correntes:

  1. fio de escrita "Insólitos em casa" (Twitter)
  2. corrente de fotografia "Insólitos em casa" (Instagram)

 

1. Fio de escrita "Insólitos em casa" (Twitter)

Simples.

No Twitter, procure(m) e clique(m) na hashtag #insolitosemcasa, leia(m) a sequência de tweets e prossiga(m) a narrativa, escreva(m) e associe(m)-lhe a hashtag: #insolitosemcasa.

 

2. Corrente de fotografia "Insólitos em casa" (Instagram)

Se tiver, ou tirar, fotos que retratem situações que considere insólitas publique-as no Instagram com a hashtag #insolitosemcasa

Vamos alimentar duas redes verdadeiramente insólitas?!

26.Mar.20

Dia do Autor Português | Iniciativas

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Para assinalar o Dia do Autor Português, que se celebra a 26 de março, as bibliotecas um pouco por todo o país lançaram propostas e atividades que promovem o livro e a leitura. Aqui ficam duas propostas.

Partilhe connosco as suas atividades, para o e-mail: bibescolaresalentejopt@gmail.com

Biblioteca Escolar de Nisa

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Ler é fixe!
Para assinalar o Dia do Autor Português, que se celebra a 26 de março, vamos partilhar as nossas leituras! Pequeninos e crescidos, vamos lá! Que livro, escrito por um autor português, estás a ler?! 💫
Grava a tua leitura, ou simplemente uma sugestão de leitura e envia-nos o podcast para bib.escolanisa@gmail.com.
Ficamos à espera!!

***

Biblioteca Escolar de Constância

23.Mar.20

Promoção da leitura | Proposta para as famílias | AE Gavião

Em época de isolamento social, torna-se fundamental ajudar pais e crianças a gerir emoções que, neste contexto, se podem tornar mais palpáveis e visiveis, sobretudo nos mais novos, É, por isso, fundamental ajudá-los a controlar essas emoções, mas também a exteriorizar o que sentem.

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Nesta proposta, em torno da leitura, pretende-se levar as famílias a implementar práticas que auxiliem os mais novos a gerir os seus sentimentos.

A proposta foi elaborada pela professora bibliotecária do Agrupamento de Escolas de Gavião, e parte da visualização de um vídeo que interpreta  o livro "O monstro das cores", de Anna Llenas, para propor um trabalho em torno das emoções.

 

 “O desenvolvimento da criança processa-se como um todo, em que as dimensões cognitivas, sociais, culturais, físicas e emocionais se interligam e atuam em conjunto. Também a sua aprendizagem se realiza de forma própria, assumindo uma configuração holística, tanto na atribuição de sentidos em relação ao mundo que a rodeia, como na compreensão das relações que estabelece com os outros e na construção da sua identidade.” (OCEPE 2016)

 

Oiça, aqui, esta proposta, na voz da professora bibliotecária, Paula Pio:

20.Mar.20

Histórias em tempo de Pandemia

As nossas bibliotecas reinventam-se em tempos de crise. Com este mote, nasceu o projeto #historiascontrapandemia, onde a biblioteca escolar, na impossibilidade de ir às escolas dinamizar as horas do conto a  vai começar a levar, por esta via, histórias que os vão fazer (sor)rir e sonhar!

Esta boa prática foi iniciada pela professora bibliotecária do Agrupamento de Escolas n.º 3 de Elvas, mas já conta com o apoio da professora bibliotecária do Agrupamento n.º 2 de Elvas e do AE de Arronches. Quem se quiser juntar ao grupo, é bem-vindo. 

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As primeiras histórias já viram a luz do dia. Aqui estão elas! Sigam o trabalho através da #historiascontrapandemia

Animais e Animenos, de Rita Taborda Duarte

Pai Querido Pai. Como é o teu?, de Luísa Ducla Soares

Gosto muito de ti, Papá? , de Catherine Vase

Para fazer o  retrato de um pássaro , de Jacques Prévert

Ombela , de Ondjaki

Poemas Possíveis, de José Saramago

Contos do Gin-Tónico, Mário Henriques Leiria

A pequena história do sonho piu, Cátia Terrinca

A formiga horripilante, de Liz Pichon

Poemas da Mentira e da Verdade, Luísa Ducla Soares

A Sara tem um grande coração, Peter Carnavas

A Árvore Generosa, Shel Silverstein

Brown Bear, Brown Bear, what do you see?, Bill Martin Jr/Eric Carl

O que o pequeno coelho ouviu, Sherly Webster e Tim Warnes

O sapo e um dia muito especial, Max Velthuijs

As Fadas, Antero de Quental

Y seguimos jugando con la poesia, Charo Llano Pineda

A ovelhinha que veio para o jantar,Steve Smallman

Um mundo só meu, Alice Veira

O concurso de animais, Benilde Gaião

 

 

 

 

19.Mar.20

PLANO DE TRABALHO DO PROFESSOR BIBLIOTECÁRIO | ONLINE

O trabalho do professor bibliotecário, à semelhança de todos os outros profissionais, adaptou-se a novas realidades e formas de comunicar.

A professora bibliotecária do Agrupamento de Escolas n.º 2 de Abrantes partilhou o seu plano de trabalho, que foi enviado a todos os docentes do 1.º ciclo do agrupamento.

Aqui fica o plano.

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Para além do plano, a professora bibliotecária, seguindo a sugestão para a criação de um  e plano do tempo de estudo dos alunos, criou um horário.

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De entre as várias atividades sugeridas para o trabalho com a bibliotecas, realçamos a proposta para ler, comentar e partilhar leituras no Clube de Leituras Cool.

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Para conhecer as restantes atividades, disponibilizamos o plano aqui.

 

14.Mar.20

Aprender nos media | Prevenção do bullying | AE Castelo de Vide

Os alunos do 5º ano do Agrupamento de Escolas de Castelo de Vide deslocaram-se à Biblioteca Escolar para uma atividade sobre “Bullying” e racismo, numa parceria entre a Professora Bibliotecária, Fernanda Cunha, e as docentes de Cidadania e Desenvolvimento.

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O objetivo destas sessões era sensibilizar os alunos para as atitudes discriminatórias que se exercem sobre pares ou pessoas de outros credos, países e raça, atendendo a que cabe à escola a preparação adequada para o exercício da cidadania plena.

Os alunos começaram por assistir ao vídeo “A jornada do DNA”, seguindo-se um debate sobre os seguintes temas: raça, discriminação e bullying.

Após este momento, os alunos agruparam-se em pares e escreveram pequenos textos de opinião, que serviram de base à elaboração de um texto coletivo. No final, os alunos realizaram um pequeno podcast.

Esta atividade surge na sequência da publicação do artigo Aprender nos Media | Cidadania, criado pela professora bibliotecária Paula Pio e divulgado pelos Bibliotubers.

07.Mar.20

SER ESCRITOR É COOL | 3º Desafio | Trabalhos Pontuados - 3º ciclo

Divulgamos os trabalhos pontuados neste terceiro desafio.

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Agrupamento de Escolas José Régio

Bernardo Renga, 7º ano

 

Entrevista ao Maestro Carlos Almeida

Carlos Almeida nasceu no dia 13 de Junho de 1993 e é natural da freguesia de Caia, concelho de Portalegre. Frequentou o ensino primário em Caia e depois a Escola Básica José Régio. Foi nesta altura que decidiu mudar para a Escola Profissional de Artes da Covilhã para seguir música. Frequentou também a Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco e tirou o curso de direção de orquestra sinfónica e sopros. Neste momento vive na Covilhã mas desloca- -se todas as semanas a Portalegre.

Boa tarde, maestro Carlos Almeida, vamos começar a nossa entrevista.

R. Boa tarde.

P. Na infância sempre pensou em ser maestro e músico ou tinha outra profissão em mente?

R. Tinha outra profissão, aliás tinha várias profissões em mente, mas principalmente ser músico.

P. Porque decidiu tocar trompete e não outro instrumento?

R. Porque era o instrumento que eu mais gostava de ouvir quando a banda passava, e também por influência do meu pai.

P. E em que momento decidiu?

R. Tinha perto dos meus 8 anos.

P. Sempre tocou trompete ou tocou outro instrumento?

R. Toco vários instrumentos, mas o trompete é o instrumento principal.

P. Então que outros instrumentos toca ou tocou?

R. Muitos, por exemplo percussão, alguns instrumentos de metal como trombone, trompa, tuba e instrumentos de madeira como o clarinete e o saxofone entre outros.

P. Quem o apoiou quando decidiu ser músico?

R. Os meus pais e um antigo maestro.

P. É difícil seguir a carreira de maestro?

R. Depende do ponto de vista de cada pessoa, porque não é difícil nem fácil.

P. Porque acha isso?

R. Porque requer o seu trabalho, a sua dedicação e para além do trabalho técnico também requer outros aspetos que não são controláveis a nível humano.

P. Tendo a profissão que tem, acha a sua vida difícil em termos financeiros e de tempo?

R. De tempo é difícil porque requer muito tempo de trabalho, em termos financeiros dá para ter uma vida razoável.

P. Quais os primeiros objetivos que tem quando chega às bandas?

R. Tentar que os músicos vejam e sintam a música de outra forma, que não toquem por tocar, que quando tocam sintam aquilo que estão a tocar, que tentem transmitir o que estão a sentir para o seu instrumento e para o público.

P. Dirige mais que uma banda?

R. Sim.

P. Quantas e quais?

R. Duas, a Banda Euterpe de Portalegre e a Banda da Covilhã.

P. O que o faz gostar de ser maestro?

R. Ver como os músicos estão a tocar com alegria e não a tocar por tocar.

P. O que é que ainda o faz ser maestro?

R. Os meus músicos.

P. Qual a maior conquista que teve na sua carreira?

R. Eu não vejo a minha carreira através de conquistas.

P. Quais os seus objetivos para o futuro?

R. Eu acho que não é uma questão de objetivos, vou continuar a fazer o meu trabalho e depois o futuro o dirá.

P. O que é que mais o inspira para a música?

R. A própria música.

P. O que é a música?

R. A música é algo que nãos se explica, sente-se.

P. O que gosta de fazer nos tempos livres?

R. Muita coisa, como por exemplo relaxar e passear.

 

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Agrupamento de Escolas nº 2 de Abrantes

Beatriz Grácio, 8ºano

 

“Transparentemente, Maria Antonieta”

A nossa célebre repórter, Senhora de Todas as Coisas, dotada do poder de falar com os objetos, entrevista hoje o Senhor Mirroir, espelho de bolso da Rainha Maria Antonieta. O Sr. Mirroir acompanhou sempre a rainha. Desde quando precisava de retocar o batom, até quando precisava de arranjar o cabelo, era a ele que a rainha recorria. Vamos ver o que tem o Sr. Mirroir a contar-nos sobre tudo o que já experienciou…

Senhora de Todas as Coisas — Boa tarde, Sr. Mirroir! É um prazer entrevistá-lo!

Sr. Mirroir - Boa tarde! O prazer é todo meu. Então o que quer saber, senhora?

STC — Primeiro, o que é que o Sr. Mirroir significava para a rainha? Sabemos que era, maioritariamente, o seu conselheiro de visual mas… e mais que isso?

SM — Aí é que se engana, senhora! Eu não era o seu conselheiro de moda, como os trastes que estavam no Palácio de Versailles ou no quarto da rainha; eu era o seu conselheiro de vida! Eu fui um dos imensos e luxuosos presentes que a própria mãe da rainha lhe ofereceu, quando ela se casou, aos 14 anos, com Luís XVI. Era ela uma jovem flor, nessa altura, quando se tornou a Delfina da França!

STC — Então quer dizer que era o espelho mais importante da rainha e acompanhou os momentos mais marcantes da sua vida?

SM — Claro que sim, não haja dúvidas! Os espelhos das paredes do Palácio subvalorizavam-me! Gabavam-se que era com eles que a rainha provava os seus vestidos. Recordo-me de que ela nunca repetia a mesma veste, mas eu era o espelho mais útil! Ora até fui eu o espelho que a rainha levou para a própria coroação, tinha ela apenas 18 anos! Recordo-me como se fosse ontem, de a ver a ajeitar a peruca ou a limpar a boca, sempre muito graciosa e aperaltada!

STC — Disse que a rainha nunca repetia a mesma veste? Ora fale-me de como a rainha se vestia, do seu estilo…

SM — Oh, Mon Dieu! Nem mil entrevistas seriam suficientes para descrever o estilo da rainha! Bem, como sabe, ela “errrra” “soberrrba”! Muitíssimo “extrrravagante”! Um vestido da rainha devia custar mais do que a sua casa, senhora. Sem exageros! Muitas das portas do Palácio de Versailles são amplas e todas elas duplas, para que a rainha pudesse passar com os seus vestidos enormes! Ah, e as suas perucas podiam medir três metros! Sim, ouviu bem: três metros! E podiam pesar oito quilos! E sim, é verdade, a rainha nunca repetia a mesma roupa! E não é que as mulheres da corte andavam sempre a copiá-la?! A rainha ficava furibunda, e decidiu nunca repetir a mesma veste, para que elas não adivinhassem o que ia trajar! Pobre rainha! Lembro-me da sua frustração quando, nos banquetes, apareciam mulheres a copiar o seu estilo…

STC — E como lidava a rainha com essa frustração? Ela desabafava consigo?

SM — Oh, se desabafava! A rainha adorava ir para a sua casinha particular, junto aos jardins de Versailles. Lá, ela sentia-se tranquila por ser a única mulher com aquele estilo, por ser única! E gostava de passear nos jardins, oh, se gostava! Está a ver esta pequena racha? Foi quando, uma vez, a Madame Lefebure, a maior inimiga de Maria Antonieta, na corte, mandou o seu estilista fazer um vestido lilás quase igual ao da rainha! Foi dos piores surtos de raiva a que assisti! A rainha foi a correr para a sua casa, no jardim, assim que viu o vestido, e deixou-me cair no chão! Fiquei marcado ao longo dos séculos com esse acontecimento, do qual jamais me esquecerei…

STC — Então essa casinha particular era o refúgio da rainha… Como deve saber, o Palácio de Versailles é uma das obras mais admiradas no mundo, absolutamente magnífico em termos de arte e arquitetura. Que segredos sabe o Sr. Mirroir sobre este palácio tão famoso?

SM — Bem, só sei segredos sobre a vida dentro dele. Maria Antonieta sempre adorou ver-se, e é por isso que o Palácio está cheio de espelhos, mas é claro que era em mim que a rainha se via mais. Ah, e penso que vai gostar de saber que, ao contrário do que acontece nos dias de hoje, antigamente, dormia-se recostado, e não deitado, porque isso era associado à morte. É por isso que a cama da rainha, como várias outras, é muito menor que uma cama dos dias de hoje…

STC — Sr. Mirroir, agora tocando noutro tópico… Como todos sabemos, Maria Antonieta foi simultaneamente amada e odiada pelo povo francês. Mas ela era assim tão insensível? É verdade que a rainha disse a famosa frase: ”Quem não tem pão, coma brioche”?

SM — Bem, não queria comprometer a minha adorada rainha, mas é verdade que ela era extravagante e gastava muito dinheiro em perucas, vestidos, maquilhagem e outros adornos. E é também verdade que se preocupava pouco com o seu povo. Dizia que as pessoas tinham de trabalhar para conseguir pão, pois achava-os vagabundos e pobretanas. Devo dizer, porém, que a frase mencionada não passou de um boato maldoso. Eu nunca ouvi Maria Antonieta dizer tal coisa. Mas, muito secretamente, até acredito que o pensasse…

STC — E, Sr. Mirrior, como foi, aos seus olhos, a Revolução Francesa? Como lidou o senhor, enquanto íntimo de Maria Antonieta, com a sua horrível morte na guilhotina?

S.M - A Revolução Francesa foi, certamente, um período muito complicado. A rainha estava ansiosa, ouvia-se gritos furiosos e revoltados em todo o lado, mas lembro-me de ela nunca perder a postura e a habitual graça. A sua morte foi muito difícil para mim. Lembro como se fosse ontem do dia 16 de outubro de 1793, quando o povo francês da época, furibundo e obstinado, matou quem mais significava para mim. E não me esqueço de quando me foi dito que nunca mais iria ver a minha rainha a retocar a maquilhagem, a arranjar a gola ou as suas perucas, ou mesmo a ter um acesso de raiva por causa da Madame Lefebvre. Até disso tenho saudades! Sabe, eu era o companheiro mais fiel da rainha, mas ela também acabava por ser a minha. Lembro-me da sensação de deixar passar em mim a sua linda imagem, estar lá para a rainha a toda hora, para que ela pudesse ver como estava, para lhe mostrar como era bonita…

STC — Haveria, com certeza, muito mais experiências fascinantes que o Sr. Mirroir podia partilhar connosco, mas, infelizmente, não há mais tempo! Muito obrigada pela magnífica entrevista. Estou certa de que o mundo vai gostar de conhecer quem passava à rainha a sua imagem, da forma mais transparente, realista e imparcial.

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Escola Secundária de Ponte de Sor

Benedita Pereira, Constança Costa, Eva Prates e Raquel Ferreira, 7ºC

Entrevista a Anne Frank

 

Annelies Marie Frank mais conhecida por Anne Frank foi uma adolescente alemã de origem judaica, vítima de um assassinato em massa durante a segunda guerra mundial. Tornou-se uma das figuras mais discutidas no século XX, após a publicação do Diário de Anne Frank.

 

Bom dia Anne Frank!

Bom dia!

Deixe-me perguntar, em que ano nasceu?

Nasci a 12 de junho de 1929, em Frankfurt em Main, na República de Weimar.

Pelo que sei a sua família era uma família feliz que vivia em paz. Porque a dada altura a tranquilidade na sua família chegou ao fim?

Foram realizadas eleições em Frankfurt para o concelho municipal e ganhou Hitler, um homem nojento que detestava judeus e que estragou a minha vida e a de todos os outros judeus.

Como assim, estragou?

Hitler mandou perseguir e matar todos os judeus.

 

Como conseguiu sobreviver à perseguição de Hitler aos judeus?

Eu e a minha família mudámo-nos para um anexo secreto. Mas fui obrigada a deixar o meu gato Mortije, que eu tanto amava.

Como se sentia no anexo secreto?

Sentia-me triste, sozinha. Ter um mundo a desabar lá fora e não poder fazer nada fazia-me sentir inútil, mas consegui suportar melhor a dor graças à minha amiga Kitty.

Quem era Kitty?

Kitty era o meu diário, a minha única amiga verdadeira. Quando a recebi na minha festa de 13 anos, vi que ela era especial.

Depois de um tempo, o seu esconderijo foi descoberto. O que aconteceu depois? Para onde foi levada?

Fui levada para um campo de concentração onde permaneci alguns meses.

Para finalizar, o que quer ser quando for grande?

Eu tenho o grande sonho de ser atriz. Quando estava no anexo secreto gostava de pendurar fotos das estrelas de cinema mais famosas da época.

Foi um prazer falar consigo, Anne Frank! Obrigado!

Adeus!

 

 

07.Mar.20

Ser Escritor é Cool | 3.º Desafio | Trabalhos pontuados - Ensino secundário

Divulga-se o trabalho pontuado neste terceiro desafio, da autoria de Bernardo Correia, da Escola Secundária de Ponte de Sor.

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Se preferir oiça o podcast.


ENTREVISTA | BERNARDO CORREIA


“O sonho comanda a vida”, e que o diga Carlos Bernardo, autor do blogue e agora espaço físico “O meu escritório é lá fora”.

Inspirado ou não por uma das máximas pessoanas “tudo vale a pena se a alma não é pequena”, o que é facto é que o autor do blog vencedor do prémio “Blog de Viagens Mais Popular” pela Feira Internacional do Turismo em Madrid, em 2017 e 2019, nos dá a mostrar o seu mundo simplesmente através da sua caneta e da sua lente.

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Maioritariamente absorvido pelo tema de viagens, este projeto não faz do seu papel algo fugaz ou superficial, pretendendo ir mais longe e, através de uma forma absorvente e sentida, contar histórias que nunca foram contadas e mostrar lugares nunca antes vistos. Bom dia, Carlos.

 

Se a tua vida fosse uma viagem, como a contarias e o que terias a aprender com ela?

Essa pergunta é demasiado filosófica (risos). Isso é um bocadinho também a razão de ser isto tudo, ou seja, “O meu escritório é lá fora” é como se fosse uma espécie de universo paralelo que eu tenho, que segue na viagem da minha vida... e como sou também meio romântico em quase tudo o que faço, acaba por ser também essa a consequência.

Hoje, “O meu escritório é lá fora” enquanto projeto, nem tanto enquanto blogue porque blogue é talvez a parte mais conhecida, é uma coisa talvez até demasiado abstrata para ser definida em palavras. Contudo, atualmente as coisas acabam já por se confundir: o que é que é a minha vida e o que é que é “O meu escritório é lá fora”.

É claro que tenho algumas distâncias, nomeadamente no blog com a parte mais íntima, isto é, há aqui uma pequena cota-parte que é revelada mas que não o faz um diário sem filtros. Aliás, desde o início este projeto teve esse propósito, pois “O meu escritório é lá fora”, o próprio nome, conta um pouco da história: a minha formação foi Engenharia Civil e eu não queria ser de todo engenheiro; foi o meu caso que a Vida me levou a seguir.

A dada altura, dei o chamado “Grito de Ipiranga” e resolvi, literalmente, fugir daquilo que era engenharia, do que era um escritório lá dentro e do que iria ser muito aborrecido, porque uma coisa que eu nunca me permiti foi ser infeliz e eu não me via de todo a viver toda a minha vida a fazer uma coisa que eu não gostava. Portanto, levei isso tão a sério que nem sequer comecei,ou seja, criei “O meu escritório é lá fora” como um projeto que é, acima de tudo, uma folha em branco que me permite criar, inventar e ter liberdade.

 

Passando agora da viagem da Vida para as viagens no âmbito do “Meu Escritório é Lá fora”, de que forma é que a tua primeira viagem se converteu no sonho que, atualmente, comanda a tua vida?

A primeira viagem de “O meu escritório é lá fora”, que foi a primeira história de todas, foi e será sempre a mais importante... e é a mais simples de todas, em termos de tudo: de processo, de investimento, por aí fora.

Às vezes, nós associamos muito esta coisa das viagens a ir para o sítio mais longínquo que existe e viver com a cultura mais distante da nossa como algo excecional, e eu, até certa parte, concordo com isso e adoro isso. Quer dizer, já vivi experiências muito, muito interessantes com essa perspetiva linear da viagem, mas essa viagem foi simplesmente sair de casa de bicicleta num dia de manhã e sem destino.

Depois, acabei por chegar, uma semana depois, a Vila Real de Santo António. Quer dizer, não é de todo o sítio normal de uma viagem grande, mas o que é facto é que essa viagem me deu muitas coisas e sobretudo, mais uma vez, num lado completamente romântico acabei por nessa viagem mais do que descobrir alguma coisa ou uma cultura diferente, acabei por me descobrir a mim.

Numa perspetiva muito mais filosófica descobri imensas coisas e, ainda hoje, recordo essa viagem com aquela nostalgia boa de algo muito importante. Isto é, há tantos dias nas nossas vidas que nós não nos lembramos de nada, que simplesmente passam e que são provavelmente a maior parte, pelo que desses dias lembro-me de cheiros, de conversas pequeninas e foi realmente muito importante.

E será sempre... até posso amanhã partir numa volta ao mundo que dura 10 anos e provavelmente essa pequena viagem, muito simples, vai ser sempre a mais importante.

 

Após uma viagem de bicicleta até ao Algarve, partindo de Abrantes, a tua cidade-natal, começas a escrever, a tirar as tuas fotografias e a escrever o teu diário de viagens. Hoje, o blogue passou do digital para o físico, estando o seu espaço físico localizado no coração de Abrantes. Este facto deve-se ao teu coração aí também se encontrar?

Sim. Este projeto, ou seja, passar para um espaço físico e com aquilo que tenho (que é muito mais que um escritório), sendo este um espaço aberto para as pessoas onde temos uma agenda cultural e por aí fora, é para já, primeiro que tudo, o porquê deste espaço para além de uma necessidade física do projeto estar a crescer, ter a necessidade de ter gente a trabalhar comigo, assim como possibilitar reuniões com clientes.

Por outro lado, é pelo simples facto de eu já não conseguir trabalhar em casa e querer distanciar em casa realmente aquilo que é a família e o tempo no trabalho, que já se estavam a misturar, assim como ter a capacidade de mostrar este projeto que, por ser diferente, não ia fazer sentido, pelo menos para mim, ser num escritório dito normal.

Depois, só faz sentido ser em Abrantes porque sou muito, muito ligado à minha terra, ou seja, muitas vezes digo e com muita verdade que gosto tanto de regressar, como de ir. Adoro viajar, adoro viver coisas diferentes... mas também adoro voltar, não só para voltar para os meus mas também com aquela perspetiva de contar a história. Isto é, gosto muito de viver a história mastambém gosto muito do “pós”: do contar, do recordar... e isso só faz sentido aqui.

 

O escritório é, então, onde as ideias passam para o plano concreto, onde se fazem os contactos, se criam as agendas, se escrevem as histórias e planeiam-se as viagens. Já no espaço da sala é onde acontecem workshops e conversas, exposições ou pequenos concertos. Que tipo de pessoas podemos esperar nos eventos da sala do “Meu Escritório é Lá Fora”?

Este conceito, principalmente a agenda de conversas, que é de todos os eventos aquele que acontece com mais regularidade e provavelmente o mais importante para mim, é sobretudo para trazer inspiração, ou seja, trazer bons exemplos. Como podem ver na programação da agenda, nem há um critério definido: não é viagens, não é música, etc.; são coisas que eu gosto.

É trazer um pouco de mim e as pessoas que são a minha referência. Depois, é ter a consciência que em Abrantes e em outras cidades não gosto muito de usar o termo “interior” como algo
inferior, mas onde acontecem menos coisas, pelo que muitas vezes não existe acesso a este tipo de eventos. Por exemplo, em Lisboa e Porto acontecem “aos pontapés” e talvez são só mais um... e aqui eu acho que é algo que realmente pode marcar.

É a tal coisa de não ser um evento comum e de, atualmente, vivermos numa fase complexa do ponto de vista da análise sociológica e do comportamento das pessoas. É um desafio, mas que eu acho muito importante, pois nem que daqui a um ano ou dois me aqui apareça alguém a dizer que se tornou músico porque esteve a falar com o Samuel Úria e percebeu uma série de coisas, ou alguém que virou escritor porque esteve a ouvir o Afonso Cruz ou o João Tordo... ou alguém que decidiu viajar porque ouviu aqui exemplos de muitas histórias de pessoas que passam parte da sua vida a viajar... para mim isso já está ganho.

E é um bocadinho com essa perspetiva, mais uma vez completamente romântica, de tornar aquele que é o lugar onde eu nasci e onde eu vivo, e onde vou provavelmente viver para sempre, um lugar melhor. Por outro lado, também tenho uma filha pequenina e quero que ela, quando crescer, pelo menos tenha essa hipótese de escolher viver aqui, pois é um sítio onde acontecem coisas... e onde existe gente interessante e por aí fora.

 

Para além de contribuir para o fortalecimento do elo de ligação entre ti e os leitores do “Meu Escritório é lá fora”, a existência destes eventos contribui para o desenvolvimento do público nas temáticas das viagens, arte, cultura e criatividade. Desta forma, para além de “sonhador profissional”, consideras-te também um “inspirador profissional”?

(risos) Já falei um pouco disso na questão anterior. Eu muitas vezes digo que sou um sonhador profissional como definição e já disse isso “pilhas de vezes”, pelo que até já gozei com o facto de não existir esse cargo nas finanças, porque na verdade é muito difícil definir-me. Já houve alturas que tive alguns problemas com isso, do tipo “o que é que sou verdadeiramente?”, porque posso ser muitas coisas.

Essa questão surge sempre cada vez que vou preencher um formulário seja onde for... e digo que sou o quê? Eu muitas vezes cometo o erro do facilitismo de dizer que sou um empresário, para não perder muito tempo a dizer o que sou. Contudo, apesar dessas pequenas questões, quando vou preencher formulários, na verdade esta falta de definição não me causa nenhum transtorno... e provavelmente a graça, em mim, acaba por ser essa.

Nós, ao olharmos para nós mesmos, seja em que profissão for, conhecemo-nos a nós e aquele que é o nosso talento e o nosso potencial, e acho que isso é fundamental. Realmente, o meu potencial e o meu maior talento é sonhar; com uma característica muito diferente, talvez da de alguns sonhadores ou que se dizem sonhadores: é que eu não aguento sonhar sem criar e sem experimentar.

Aquilo que as pessoas normalmente veem do blogue, ou até mesmo deste espaço, é apenas uma pequena parte daquilo que eu realmente queria: há algumas coisas que são visíveis, outras que são para não se ver e outras coisas que vão aparecer. Também não gosto de criar coisas eternas, ou seja, mesmo isto que estás a ver do “escritório” e da “agenda” provavelmente vai ser uma coisa fugaz. Há de haver um momento em que eu não quero fazer mais isto e quero fazer outra coisa... e acho que vai ser sempre assim.

Aquilo que eu digo, e que já disse no início, do meu escritório ser uma folha em branco eu levo muito a peito, isto é, se me disserem que daqui um ano ou dois não existe o blogue, mas que existe outra coisa qualquer, eu acredito.

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Para além das viagens, quem mexe no teu íntimo profundo, aquele que não sabias que existia até ela nascer, é a tua filha de um ano, a Alice. Segundo consta no site New In Town, começaste a viajar ainda em bebé com a família. Em relação à “menina mais linda e mais fofinha do Mundo”, como gostas de chamar à tua filha Alice, o que é mudou a seguir ao seu nascimento? E no futuro? Vais deixar-lhe o sonho que comanda a tua vida como herança?

A Alice mudou tudo. Eu acho que a minha mãe disse-me isso pilhas de vezes durante a minha vida, que eu às vezes não percebia, do tipo “Ah filho, quando fores pai vais perceber”... e eu acho que isso acontece com toda a gente de uma forma geral, uns mais que outros, mas a verdade é que há diversas lâmpadas e botões que se acendem dentro de nós e nós não sabíamos que existiam, não é?

Houve muitas coisas que mudaram na minha perspetiva de ver as coisas. Na parte da criação, ajudou-me a ser muito mais comunitário, ou seja, olhar muito mais para os outros. Talvez seja uma coisa que não atinja da mesma forma as outras pessoas, mas parece que eu tenho um legado diferente a deixar.

Depois, houve outras coisas menos boas que ela me deu (risos). Além das noites mal dormidas, comecei a sentir algum medo, por exemplo, sei lá, a viajar. Nunca tive medo de nada e, agora, dou por mim dentro de um avião a pensar que aquilo pode cair e nem é por mim, mas que é mais por ela, mas isto é uma coisa que espero que me passe. E depois também, provavelmente a mais importante, é a questão do tempo.

O valor que se dá ao tempo, se noutras alturas era muito mais espontâneo nas minhas decisões, nomeadamente viajar e ir para outro sítio durante muito tempo, hoje tudo tem de ser muito bem ponderado... sobretudo pelo tempo que valorizo com a minha filha, pelo que não vou desperdiçar uma coisa que nem sei bem o que é que vai dar, por exemplo um mês a viajar não sei por onde, quando penso também que será um mês que vou perder com a minha filha.

Atualmente, a minha balança é muito, muito mais cuidada naquelas que são todas as decisões de tempo fora.

Finalizando a tua questão, se há coisa que eu tenho noção que posso dar à minha filha são sonhos. Quer dizer, ela já viajou algumas coisinhas durante este ano de vida. Pelo menos em Portugal conhece todos os cantinhos, incluindo os Açores e por aí fora, e quando tiver um pouquinho mais de autonomia também vai começar a viajar para outros lugares. Realmente, é a melhor coisa que lhe posso dar. Em relação àqueles que serão os sonhos dela e a vida dela, até seria completamente contraditório, segundo a minha postura em relação a quase tudo, não lhe dar essa liberdade total... e o que eu quero lhe mostrar é o mundo para ela poder tomar as melhores decisões... e as melhores decisões serão as decisões dela.

 

Por fim, antes de fazer a última pergunta da entrevista passo a citar o último parágrafo da tua biografia: “Sou obcecado pelo pormenor, não acredito em coisas mais ou menos, adoro arte, cultura e gente inventiva. Nunca estou satisfeito e não consigo perceber o significado da palavra comodismo. Adoro ter uma ideia, concretizá-la e partir para outra. Gosto muito de falar, gosto muito de conhecer gente interessante. Gosto muito de escrever, gosto muito de contar histórias, gosto muito de ler, gosto muito de fotografia. Sou muito ligado aos meus amigos e à minha terra. Muitas vezes digo que devo ser o viajante mais caseiro do Mundo.”

Assim, passo-te a colocar a seguinte questão: Carlos, que conselho darias aos jovens da atualidade? À tão chamada Geração Z?

Em relação a novas gerações, eu não sou aquele típico saudosista de “na minha geração é que era”. Eu acho que, hoje, muito se fala desta questão das redes sociais e do comportamento ser muito diferente nas novas gerações. Contudo, eu sou daqueles que acredita que a próxima geração é sempre melhor (até do que a anterior).

Estão mais preparados, sabem mais, têm acesso a mais coisas. Aliás, eu lembro-me que, até quando decidi ir para Engenharia Civil, foi por clara falta de informação. De informação, de inspiração, quer dizer, provavelmente já cresci assim. Se eu olhar para trás vejo as coisas que mais gostava e as que me davam dinheiro com Engenharia Civil: fui ser aquilo que o meu pai também era.

Naquela altura, para ouvir uma música que gostava tinha de percorrer meio mundo, não é? E não é que isso não seja importante, ou seja, hoje as coisas também são demasiado fugazes e isso, se calhar, também não é bom. Às vezes, é bom percorrê-lo, o tal meio mundo, até chegarmos a um objetivo.

Todavia, acho estas novas gerações muito diferentes das gerações anteriores, provavelmente porque o mundo corre a uma velocidade completamente diferente por muita culpa destes avanços tecnológicos, que trazem coisas más, mas coisas muito boas, pelo que gosto mais de olhar para as coisas boas.

O princípio, e aquele que talvez ninguém me diria quando eu tinha 18 anos, é que hoje em dia vocês podem ser quase tudo aquilo que quiserem. Isto é, os limites são muito poucos, porque a sociedade também tem essa abertura diferente... e vocês têm essa possibilidade de abertura. Vocês podem dizer aos vossos pais: “quero ser cineasta, músico ou bailarino”, que era uma coisa que quando eu tinha 18 anos era impensável.

Se eu dissesse isso a alguém, algo ligado, nomeadamente, à questão das artes e da criatividade, todaagenteperguntaria“mastuvaiscomeroquê?”e “comoéquevaispagarastuascontas?”. Essas também são perguntas importantes para quem tem filhos e para quem é crescido, mas a verdade é que hoje há essa possibilidade e não está implícito que podes ter uma vida mais confortável, a nível monetário, se tu fores engenheiro ou médico. Atualmente, essas novas profissões são todas muito mais valorizadas.

Agora, o maior conselho que posso dar é também não abusarem dessa liberdade, e quando eu digo isto é no sentido de a conquistarem. Ou seja, trabalharem, inspirarem-se, aproveitarem essa informação toda e o acesso a pilhas de coisas que vocês têm.

Hoje vive-se um bom momento em Portugal em diversas áreas que têm de aproveitar para serem melhores e, consequentemente, também tornarem este lugar inacreditável, que é o mundo, um lugar melhor.

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Oiça a entrevista:

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