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Bibliotecas Cool

Observar - Ler - Sentir - Ouvir - Refletir

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27.Jun.21

Final da 3ª edição do concurso interconcelhio de leitura "Ser Leitor é Cool"

Aconteceu no dia 20 de maio, no Agrupamento de Escolas de Estremoz,  a final da 3ª edição do concurso interconcelhio de leitura "Ser Leitor é Cool". 

Para a realização desta atividade, o Agrupamento contou com o apoio da Câmara Municipal, da União de Freguesias de Santo André e Santa Maria, do Centro de Ciência Viva de Estremoz, Rubis gás, João de Deus Coias Pires,  Leya Educação e Leo Carrilho.

Neste evento participaram 22 Agrupamentos e 88 alunos repartidos por quatro anos de escolaridade (3º, 4º, 5º e 6º). 

Os vencedores foram os seguintes:

3ºano 

1º lugar - Pedro Velez  - AE Monforte

Menção Honrosa - Margarida Galveia - AE nº3 de Elvas

                                  Margarida Mendes - AE José Régio

4ºano 

1º lugar  - Mª Leonor Sequeira - AE Fronteira

1º lugar - Mariana Heitor - AE Gavião

Menção Honrosa - Mª Catarina Charruadas - AE nº3 Elvas

                                  Mª Inês Quaresma - AE Elvas 

5ºano 

1º lugar - Marta Gorgulho - AE Crato

Menção Honrosa - Tomás Genebra - AE Estremoz

                                  Salomão Martins - AE Fronteira

                                  Carlota Lourenço - AE Gavião

6ºano

1º lugar - Matilde Sérvolo - AE José Régio

Menção Honrosa  - Soraia Afonso - AE nº2 Elvas

                                   Mariana Gimbra - AE Estremoz

                                   Gustavo Semedo - AE Bonfim

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Todos os participantes receberam um Kit de prémios oferecidos pelos nossos patrocinadores. Os vencedores e as menções honrosas, foram contemplados com prémios especiais.

Muitos parabéns a todos os envolvidos, em particular ao AE de Estremoz pela organização do evento. Em 2022, a organização estará a cargo do AE de Fronteira.

 

20.Jun.21

Ser Escritor é Cool - Resultados do 5º Desafio | 3º ciclo

Após uma difícil tarefa de seleção dos 3 melhores trabalhos, o júri já se decidiu e os resultados relativos ao 5º e último desafio do 3º ciclo já foram encontrados. Delicie-se com os trabalhos vencedores.  

 Relembramos quo o tema deste 5º Desafio do concurso "Ser Escritor é Cool" era "A Escola já não tem nada a ver connosco! Escola, como te quero?"

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Os vencedores deste 5º desafio foram:

1º LUGAR - Joana Feiteirona e Beatriz Vieira - Agrupamento de Escolas José Régio

2º LUGAR - António Batista, Daniela Serra, Laura Marques e Frederik Watts -  Agrupamento de Escolas de Marvão

3º LUGAR - Beatriz Grácio – Agrupamento de Escolas nº 2 de Abrantes

 

Para que possa voltar a ler os textos dos Escritores Cool vencedores, aqui ficam os trabalhos.

 

1º LUGAR - Joana Feiteirona e Beatriz Vieira - Agrupamento de Escolas José Régio

 

     

 

2º LUGAR - António Batista, Daniela Serra, Laura Marques e Frederik Watts -  Agrupamento de Escolas de Marvão

A escola já não tem nada a ver connosco! Escola, como te quero?

Há um lugar para onde tens de ir,
todos os dias, sem exceção.
Um lugar onde aprendes um pouco de tudo, quer gostes, quer não.
Chama-se escola e está de braços abertos para ti, De segunda a sexta, pois então.

A escola já não tem nada a ver connosco?
Às vezes tem, outras não...
Mas todas as gerações que vieram antes de nós,
sentiram esta contradição.
Sim, é o nosso trabalho, a nossa obrigação,
é um lugar para todos, grandes ou pequenos, loiros ou morenos, menino ou menina. Uns gostam, outros não, às vezes é seca, mas também é diversão.
E há tanta coisa interessante, quando compreendes a lição!

Em todos os períodos temos fichas de avaliação, pesquisas a efetuar, trabalhos a apresentar...
Ficas com medo e ansiedade, dizem-nos que é para o nosso futuro
e isso é verdade.
Só que quando chego a casa, apetece-me desligar, esquecer a escola, simplesmente, relaxar.

Não é falta de vontade, tão pouco desinteresse,
Mas escola de manhã à noite
é difícil e exigente!
A interação é necessária para o ensino florescer,
modernizar é preciso, não basta ler e escrever, há que debater ideias, dar espaço aos alunos para crescer, com ou sem tecnologia,
a escola é das pessoas, são elas que fazem acontecer.

Temos amigos e os intervalos são divertidos,
mesmo quando os professores parecem chatos e ralham comigo, contigo, todos sabemos que é para conseguirmos
ser alguém no futuro:
médico, enfermeiro, polícia, engenheiro,
contabilista, cabeleireira, informática ou jardineira.
Eu acho que eles ficariam contentes
de ver os seus antigos alunos
encaminhados na vida, adultos orientados,
pessoas bem construídas,
são tantas as possibilidades...

Por isso, escola, eu sei,
perfeita nunca serás
e os que vierem depois de mim
continuarão a dizer que és seca, aborrecida, não há tecnologia que te valha
para as vezes que serás maldita e enxovalhada.
Porque nem sempre percebemos,
quando estamos em ti,
o bem que nos queres a nós,
o tanto que precisamos de ti.
“One book, one pen, one teacher can change the world”, disse a a Malala um dia. É tão pouco o necessário para tornar a escola em alegria.
Espaço onde os sonhos se começam a traçar,
quero-te como companheira,
quero-te como amiga.
Acima de tudo, quero-te, escola, como rumo de vida!

 

3º LUGARBeatriz Grácio – Agrupamento de Escolas nº 2 de Abrantes

Último Capítulo: Voltaste

Era um daqueles dias em que, quando acordamos, nos lembramos de todas as inconveniências que há na nossa vida. Assim que abri os olhos, naquela manhã, voltei a fechá-los imediatamente. Era um dia para o qual não estava preparado. Voltarias para junto da tua mãe, que tinha recuperado bem do acidente de viação e recebido alta hospitalar, e era também a Véspera de Natal, dia que eu detestava há muitos anos. Por isso, além de estar zangado com a tua partida, aborrecia-me igualmente a falta de neurónios que se ocupassem com a fúria natalícia.
̶ Fausto, eu vou levá-la. Vens também? − perguntou a tua avó, depois de se levantar.
̶ Não.
Foi uma resposta precipitada, daquelas que, mesmo sem ter passado pela hesitação, depois nos faz pensar muito.
Passado um tempo, levantei-me. E apercebi-me de que já não estavas lá. E de como enchias a casa, agora vazia e estranha. Depois de tomar o pequeno-almoço, a fechadura da porta rodou. E eu considerei, num rápido e curto instante, que pudesses ser tu, a voltar. E seguiu-se outromomento em que o meu cérebro questionou a razão dessa possibilidade tão tola, a qual foi imediatamente desculpada: se voltasses, era provada, em definitivo, a irresponsabilidade da tua mãe. Seria eu o dono da razão, por ela não ter conseguido ficar contigo.
Mas não voltaste. Era só a tua avó, claro. Havia mil perguntas que lhe queria fazer: como estava a tua mãe, como e onde estavas tu, se alguma vez voltarias... Fiquei calado e passei o dia sem saber nada, mas sempre a magicar o que te podia estar a acontecer naqueles momentos. Tantas vezes pensei em ti, nesse dia, que o meu cérebro ficou exausto de procurar razões sem fundamento para desculpar o facto de gostar de ti. Já não era mais capaz.
Foi a Véspera de Natal que mais me torturou, sem dúvida alguma. Durante todo o dia tentei ocupar a cabeça, mas ela já estava tão cheia de saudades tuas que nada a conseguia entreter. Mas, a certa altura, o telefone tocou, e a tua avó correu até mim.
− É a Mar..., a Catarina. Ela precisa de falar contigo.
− Não falo com a Margarida.
Foi, novamente, uma resposta precipitada, mas que me fez pensar. Impaciente, a tua avó colocou depressa o telefone no meu ouvido.
− Avô!
Era a tua voz, que me deixou com uma estranha sensação de ardor no nariz, aquela que temos quando estamos prestes a chorar.
– Eu não quero fazer os trabalhos de férias. É Natal! A mãe está a mandar-me fazer porque eu não os fiz na tua casa!
Eu não disse nada por uns segundos, porque sabia que, se falasse, a voz ia sair embargada.
− Tens de os fazer, Catarina. É importante.
− Importante para quê? Para a professora não ralhar comigo? Ela nunca ralha, avô. Então, não faz mal!
− Faz, sim. Sabes porquê? Porque os trabalhos de casa não servem para a professora não ralhar contigo, mas sim para aprenderes. E na escola aprendem-se coisas das quais vais precisar para toda a vida! Algumas nem são aprendidas nas aulas, mas a escola forma quem tu és. Um dia, vais tornar-te numa mulher sábia, bem-sucedida, pelas coisas que aprendeste na escola. Todas as grandes pessoas gostam de aprender, Catarina. E sei que tu és uma grande pessoa e que vais aprender muito.
− Não vou, avô! A escola não tem nada a ver comigo! É muito difícil...
− Eu sei. Também já andei na escola e nem sempre gostava das coisas que lá ensinavam. Sei que, às vezes, pode parecer que não somos capazes, porque as matérias são complicadas e temos de nos esforçar muito. Mas também sei, com toda a certeza, que tu consegues. Está bem? Nunca duvides disso e acredita sempre em ti. Tenta. Prometo que vais aprender coisas que gostas mais, depois.
− Vou tentar − respondeste, com voz de quem estava a sorrir.

Desliguei rápido o telefone. Não havia dia em que não me deixasses a refletir. E, mesmo naquela Véspera de Natal, conseguiste entreter-me. Passei o resto da tarde a trabalhar numa crónica sobre os meus tempos de escola, que me trouxe imensas memórias felizes. Naquela tarde, fui capaz de me abstrair.
− Fausto,− chama a tua avó, numa voz clara e paciente − vem ao menos jantar. Eu sei que não é um jantar de Natal, mas quis fazer, no mínimo, comida adequada à ocasião. Bacalhau.
Eu olhei para ela e para a refeição de aspeto maravilhoso: caldo verde, bacalhau com salada de tomate, batatas, brócolos e azeite reluzente. Até havia mousse de chocolate para a sobremesa.
− Eu fiz tudo de boa vontade! Se não comes tu, como eu! Nada te satisfaz, homem! Parece que...
− Quem te disse que não comia?
Ambos sorrimos, mas o jantar foi um tanto triste. Nenhum de nós se abriu, mas também não escondemos o quanto sentíamos a tua falta. Depois, sentámo-nos no sofá a tentar prestar atenção à novela. O relógio marcava as onze horas quando saímos do sofá para nos irmos deitar. Mas, antes de chegarmos ao quarto, a campainha tocou. E a própria campainha parecia saber que rasgava o silêncio, parecia tocar de forma mais alta e impactante. Eu e a tua avó encarámo- nos, mas foi num rápido segundo, porque ela logo correu a abrir a porta.
Quando esta se abriu, os meus olhos não conseguiam processar o que viam. Com tamanha informação para decompor, a primeira coisa que consegui assimilar foi a chuva torrencial, na qual eu e a tua avó nem tínhamos reparado antes.
− Mãe, desculpa. Desculpem. Mas a Catarina vai ter de ficar aqui esta noite. Ele... ele...
A tua mãe parecia não conseguir concluir. A chuva torrencial não se comparava ao rio de lágrimas que lhe escorria pela cara.
− Ele o quê, filha? Conta-nos tudo com calma – falava tranquilamente a tua avó. − Os médicos, mãe... Os médicos... Eles dizem...
− Fala, filha. Disseram o quê?
− Que ele vai... Vai morrer, mãe!
Eu ouvia tudo o que era dito, mas nada me entrava na cabeça. Nem tinha tido tempo para processar quem seria o “ele”, mas, quando me dei conta, nem assim consegui assimilar. Procurei, contudo, instalar a calma.
− Ela fica cá, filha. Nós conseguimos, não te preocupes. Vai descansada.
A tua mãe correu para os meus braços como já não fazia há muito, e tu decidiste fazer o mesmo.
− Ficas connosco esta noite, Catarina. Não te preocupes que amanhã a mamã volta.
− Mas, avô, o pai volta amanhã também?
O maior erro que se podia cometer contigo era achar que tu não compreendias uma situação. Sabias sempre o que se passava.
− Não sei, mas vamos ver. Lembra-te do que disse ao telefone: tu és uma grande pessoa e vais conseguir aprender. Às vezes, a escola é tão importante que passa a ser a nossa vida, e a nossa vida ensina-nos tanto que passa a ser a nossa escola.
Propus à tua mãe que se fosse embora e voltasse no dia seguinte, facto com o qual a tua avó concordou, assentindo com a cabeça, já bastante emocionada.
E assim foi. Na manhã seguinte, eu e a avó despertámos cedo, às seis, ambos preocupados. A tua mãe não dava notícias, desde a noite anterior, e não soubemos nada dela até às oito, quando a campainha voltou a tocar. Eu, a avó e tu corremos para a porta. Novamente, estava a tua mãe lavada em lágrimas e com a voz muito embargada.
− Mãe, pai... Quero apresentar-vos o Luís, o pai da Catarina.
Aí aconteceu um dos momentos que me fez sentir uma realização suprema da vida. Correste para os braços do teu pai, ele abraçou-te também. Beijaste-o, ele beijou-te também. Disseste que tinhas sentido a sua falta, ele disse que tinha sentido a tua falta também. E tu, cheia daquele amor, nunca tiveste tempo para ver que ele já não tinha uma perna. E ninguém prestaria atenção a nada mais, porque mostrarmos que amamos é sempre mais importante.

− Olá, Luís. Sou o Fausto, o pai da Margarida. Queria agradecer. Por tudo. Tens uma filha maravilhosa e uma companheira à qual devias mostrar gigante gratidão todos os dias. Não as percas. É sem dúvida o erro de que mais me arrependo. Espero não te perder a ti, porque acredito que nos daremos bem.
A tua avó partiu de imediato para um abraço coletivo. Esse abraço foi a coisa da qual mais falta senti neste mês, Catarina. Depois de tanto tempo sem te ver, vou finalmente poder abraçar-te de novo. E esse é o motivo pelo qual eu me sinto mais grato nesta vida. Por este teste negativo, que chegou depois de quatro penosas semanas isolado do mundo. E, quando fores mais velha e poderes ler isto, espero que sintas que consegui dizer que te amo todos os dias.

20.Jun.21

Ser Escritor é Cool - Resultados do 5º Desafio | Ensino Secundário

Após uma difícil tarefa de seleção dos 3 melhores trabalhos, o júri já se decidiu e os resultados relativos ao 5º e último desafio do ensino secundário já foram encontrados. Delicie-se com os trabalhos vencedores.  

 Relembramos quo o tema deste 5º Desafio do concurso "Ser Escritor é Cool" era "A Escola já não tem nada a ver connosco! Escola, como te quero?"

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Os vencedores deste 5º desafio foram:

1º LUGAR - José Aniceto – Agrupamento de Escolas de Mora

2º LUGAR - Laura Galvão - Agrupamento de Escolas de Mora

3º LUGAR - Ricardo Mascate - Agrupamento de Escolas de Constância

 

Para que possa voltar a ler os textos dos Escritores Cool vencedores, aqui ficam os trabalhos.

 

1º LUGAR - José Aniceto – Agrupamento de Escolas de Mora

A escola já não tem nada a ver connosco. Escola, como te quero?

Nos textos anteriores que escrevi para este concurso, tentei mascarar a minha opinião num cirurgião amante de enciclopédias, mas desta vez vai ser diferente. Desta vez vou expressar aquilo que eu sinto nua e cruamente.

Quando li a primeira frase do título desta etapa (“A escola já não tem nada a ver connosco”) pensei imediatamente para mim: “Afinal não sou só eu...”. Acho que a escola, de hoje em dia, tem dois problemas, afasta-nos e sufoca-nos.

Primeiro, afasta quem gosta de outras coisas. Parece que nos quer formatados para estarmos das 9 da manhã às 5 da tarde a premir um botão vermelho uma e outra vez até chegarmos à reforma. Trata-nos como robôs que estão todos na mesma posição, como se tivéssemos motherboards iguais e pensássemos todos o mesmo. Mas o ser humano não é assim, há quem goste de cozinhar, de fotografar, de fazer música e muitas outras coisas, mas tem de saber obrigatoriamente o que é uma equação quadrática e como se resolve, ou então é rotulado como “preguiçoso”, “desinteressado” e “mal sucedido”. Tudo bem que isto é um bocado redutor e que o mundo não é só preto no branco, mas o que estou a tentar dizer é que se passarmos a vida a julgar um peixe pela sua habilidade de subir uma árvore, ele vai passar o resto da sua vida a achar que é estúpido. Uma frase que alguns dizem ser de Einstein, mas que já se comprovou o contrário.

Em segundo lugar, a escola sufoca-nos até não podermos mais. Passamos doze anos da nossa vida a correr para preencher meia-dúzia de folhas às quais alguns chamam “Exame”. Estamos tão constantemente preocupados com o Português, a Matemática, a Físico-química que nos esquecemos de aprender a conviver socialmente, a calcular o IRS, a saber gerir o nosso dinheiro, a expressarmos a nossa individualidade e muito mais, temas que nem nos apercebemos que fazem falta.

Mas chega de "pseudo filosofar" que os filósofos só apresentam problemas para outros problemas que já existem. Agora vou sugerir o que, na minha opinião, se devia fazer.

Comecemos por nos aperceber da diversidade de alunos e tentemos englobar as vocações que encontrarmos e traçar caminhos para cada um deles. O que é um exame? Um conjunto de opções A e B e de respostas de desenvolvimento que avaliam todos de forma igual? Somos humanos, mas isso não nos faz iguais. Há quem tenha um ensino mais personalizado por viver em terras pequenas, há quem passe despercebido numa turma de 30 e 40 alunos, há quem viva com a possibilidade de visitar um Museu, uma exposição e muito mais. Igualdade não é a solução, a equidade e justiça “talvez” se enquadrem melhor porque sinto mais que sou eu que tenho de me adaptar à escola quando o que devia acontecer seria o contrário.

Agora que cada um tem o direito de escolher aquilo que o apaixona, vamos falar na avaliação. Arriscar-me-ia a dizer que um dos maiores entraves à avaliação são as profecias auto-realizáveis, ou seja, aquilo que nós pensamos de uma pessoa vai influenciar o modo como ela se comporta. Os alunos que costumam ser bons, normalmente há uma tendência para subirem ou se manterem no mesmo nível, os alunos que têm tendência para as negativas já partem do pressuposto que está tudo acabado e já não há esperança. Acho que devemos desenvolver desde pequenos a nossa resiliência enquanto pessoas que estão a ser avaliadas, e aumentar a exigência e consciencializar os professores deste termo (“profecia auto-realizável”) para que tenham cuidado quando atribuírem determinada nota aos alunos, enquanto avaliadores.

Tenho muito mais a dizer. Acho que isto até ficaria melhor em podcast e sem limite de tempo. Vou pensar melhor sobre o assunto, mas agora tenho de ir estudar as raízes enésimas de um número complexo. Não sei muito bem para quê, mas o ministério lá tem as suas razões...

 

2º LUGAR - Laura Galvão – Agrupamento de Escolas de Mora

A escola já não tem nada a ver connosco! Escola como te quero?

Boa pergunta, escola como te quero?
Quero-te como entendedora de quem eu sou. Quero-te como entendedora de quem eu quero ser. Quero-te como um lugar onde posso ser eu próprio. Quero-te como um sítio onde me posso expressar sem me repreenderem.
Quero que entendas que estou a crescer e que me aborreço porque me continuas a tratar como uma criança.
Quero que percebas que eu não sou igual aos meus colegas. Quero que me vejas como um aluno único e diferente, quero que nos vejas a todos como alunos únicos e diferentes. Quero que mudes a tua percepção de ensino, não sou mais um tijolo na parede, não sou um robô que possa ser formatado como tu queres.
Quero que mudes comigo, que cresças comigo, quero que te adaptes ao mundo, porque o mundo está em constante evolução e tu estás a ficar para trás.

Escola, ouve-me bem, não é a primeira vez que ouves isto e se continuares assim não será a última. Os teus alunos precisam de ti, os teus alunos precisam que os ouças. Tens de perceber que nós somos o futuro, tens de perceber que aquilo que vão pedir de nós no futuro não está neste tipo de ensino.

Estás a ficar velha e cansada (e cansativa), tens de te renovar e esta foi a melhor prova do quão “fora de prazo” estás a ficar, em tempo de pandemia tu não sabias o que fazer, não sabias como agir, não sabias como ajudar os teus alunos.

Escola, em nome de todos os teus alunos, tu tens de mudar, tu tens de evoluir e tu tens de nos acompanhar.

 

3º LUGAR - Ricardo Mascate - Agrupamento de Escolas de Constância

A escola já não tem nada a ver connosco! Escola, como te quero?

“ BOM DIA, BOM DIA

BOM DIA A TODA A GENTE

EU HOJE VENHO À ESCOLA
E POR ISSO ESTOU CONTENTE

BOM DIA, BOM DIA
BOM DIA A TODA A GENTE

EU VOU APRENDER MUITO
E POR ISSO ESTOU CONTENTE

BOM DIA, BOM DIA
BOM DIA A TODA A GENTE

EU VOU FAZER AMIGOS
E POR ISSO ESTOU CONTENTE “

Jardim de Infância – Volume 6

Já lá vai o tempo em que a mentalidade era esta... Achei por bem colocar tais versos em maiúsculas, pois estes evidenciam o tom de voz utilizado nesta respetiva linha de tempo de forma muito credível. Se calhar, tais músicas são a causa de muitas das febres verificadas nos eventuais Homo Sapiens em miniatura, que frequentam o jardim de infância. Constata-se que a energia, excessivamente, utilizada pelos mesmos na interpretação seja a consequência de tais patologias. Tudo isto se torna numa bola de neve, pois consequência de tais febres obrigam a população ativa a ficar em casa. Quando falo de população ativa, falo dos Homo Sapiens de maiores proporções, que cuidam dos de miniatura. Ou o contrário, depende da situação.

Fontes de felicidade estes miúdos febris, que a longo prazo serão fontes de infelicidade. Talvez, a longo prazo devêssemos, também, cantar o “Bom dia, Bom dia, Bom dia a toda a gente”. Evitamos de ser fontes de infelicidade e adquiramos uma maior etiqueta. Etiqueta essa que esta na moda não a ter. Eu, sendo um fiel fã do “Jardim de Infância - Volume 6”, fico muito triste, quando o “bom dia” não me é dado por eventuais seres humanos. Fico revoltado, internamente. Fico indignado, internamente. Internamente, perco a vontade de ir à escola, perco a vontade de aprender muito e ganho a vontade de fazer inimigos. Tal estado de espírito reflete muito bem a pessoa que sou hoje. Ou seja, um Homo Sapiens de grandes proporções, onde, internamente, continua a haver um de miniatura com algumas modificações. Por exemplo, não tenho, frequentemente, febre e não tenho vontade de fazer amigos.

Ricardo Mascate/ 12oA/ No28/ Escola Básica e Secundária Luís de Camões, Constância/ Ser emoldurado.

02.Jun.21

5º Desafio "Ser Escritor é Cool" - "A Escola já não tem nada a ver connosco! Escola, como te quero? " | Conheça os trabalhos e vote nos seus favoritos (3º ciclo)

Os alunos do 3º ciclo apresentaram a sua proposta para o último desafio da série que iniciaram no mês de outubro e, com muita criatividade, responderam ao 5º Desafio do concurso "Ser Escritor é Cool", subordinado ao tema "A Escola já não tem nada a ver connosco! Escola, como te quero?"

Conheça os trabalhos dos  "Escritores Cool" e vote nos seus favoritos!

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1º TRABALHO | Agrupamento de Escolas de Marvão - 7º ano -António Batista, Daniela Serra, Laura Marques e Frederik Watts

     

 

2º TRABALHO | Agrupamento de Escolas José Régio - 8º ano - Joana Feiteirona e Beatriz Vieira

 

     

 

3º TRABALHO | Agrupamento de Escolas de Castelo de Vide - 9º ano - Leonor Antunes

     

 

4º TRABALHO | Agrupamento de Escolas de Castelo de Vide - 9º ano - Carolina Cepa

       

 

5º TRABALHO | Agrupamento de Escolas de Castelo de Vide - 9º ano - João Cortiço

       

 

6º TRABALHO | Agrupamento de Escolas de Castelo de Vide - 9º ano - Inês Mannella

     

 

7º TRABALHO | Agrupamento de Escolas de Castelo de Vide - 8º ano - Carolina Batista

       

 

8º TRABALHO | Agrupamento de Escolas de Castelo de Vide - 9º ano - Sofia Cruz

     

 

9º TRABALHO | Agrupamento de Escolas de Castelo de Vide - 9º ano - Nelson Zambujo

     

 

10º TRABALHO | Agrupamento de Escolas de Castelo de Vide - 8º ano - Madalena Cardoso

     

 

11º TRABALHO | Escola Secundária da Portela - 9ºano - André Gonçalves

       

 

12º TRABALHO | Escola Secundária da Portela - 9º ano - Maria Saldanha

       

 

13º TRABALHO | Agrupamento de Escolas de Mora - 7º ano - Ema Ramalhão

     

 

14º TRABALHO | Escola X - Clara P. H.

       

 

15º TRABALHO | Agrupamento de Escolas n.º 2 de Abrantes - 9º ano - Beatriz Grácio

       

 

02.Jun.21

5º Desafio "Ser Escritor é Cool" - "A Escola já não tem nada a ver connosco! Escola, como te quero? " | Conheça os trabalhos e vote nos seus favoritos (secundário)

Os alunos do ensino secundário apresentaram a sua proposta para o último desafio da série que iniciaram no mês de outubro e, com muita criatividade, responderam ao 5º Desafio do concurso "Ser Escritor é Cool", subordinado ao tema "A Escola já não tem nada a ver connosco! Escola, como te quero?"

Conheça as propostas dos  "Escritores Cool" do ensino secundário e vote nos seus favoritos!

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Nota: os trabalhos são publicados por ordem de chegada. Aconselha-se a utilização do Google Chrome para uma visualização adequada de todos os trabalhos.

 

1º TRABALHO | AE Constância - 12º ano - Helena Santos, Guilherme Soares, Tomás Pedro

     

 

2º TRABALHO | AE Constância - 12º ano - Ricardo Mascate 

     

 

3º TRABALHO | AE Constância - 12º ano -  Ana Fernandes e Margarida Soares

       

 

4º TRABALHO | AE Constância - 12º ano - Inês Franco

     

 

5º TRABALHO | AE Mora - 12º ano - Laura Galvão

     

 

6º TRABALHO | AE Mora - 12º ano - José Aniceto